domingo, 19 de fevereiro de 2017

Sal ?

A caminho do sal, lembrei-me que o tempo não nos deixa mentir e que a mentira apenas serve para esconder a verdade, quase que descobri a roda com esta afirmação!
Qual era a mentira? Era de que o tempo existia.
Nunca existiu. É uma falácia e faz parte da nossa imaginação.Apenas usamos o tempo como forma de nos desculparmos por tudo aquilo que não fizemos no domingo passado, no mês transato, no ano que virou...
O tempo não tem tempo nem razão para existir. Já passou. Acabou antes de ser. Quando penso no que podia ter sido apenas estou a pensar no tempo que foi e que já não é e que, no final de contas nunca foi.
Então, caminho pela estrada fora e os passos que dou não são meus, são de outros, são as mentiras do tempo. Nessa estrada consigo cheirar as flores abundantes dos belos canteiros fileiros mas já sabemos que esses cheiros não são daquelas flores mas antes doutras, daquelas que nos contaram e que nunca nos sairão do subconsciente que nos mente todos os dias. As flores, afinal, eram de plástico...
Tenho a certeza de que o que nos contam, vale mais do que o que vemos e vivemos.
E a caminho do sal, minto, pois escrevo palavras já escritas e pensamentos já pensados, pensando que são novos, sabendo que não o são. Para onde vamos? Andamos sem andar? Falamos sem falar? Vivemos sem viver.
Se eu for, fui. Se ficar, fui na mesma.



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