domingo, 19 de fevereiro de 2017

Sal ?

A caminho do sal, lembrei-me que o tempo não nos deixa mentir e que a mentira apenas serve para esconder a verdade, quase que descobri a roda com esta afirmação!
Qual era a mentira? Era de que o tempo existia.
Nunca existiu. É uma falácia e faz parte da nossa imaginação.Apenas usamos o tempo como forma de nos desculparmos por tudo aquilo que não fizemos no domingo passado, no mês transato, no ano que virou...
O tempo não tem tempo nem razão para existir. Já passou. Acabou antes de ser. Quando penso no que podia ter sido apenas estou a pensar no tempo que foi e que já não é e que, no final de contas nunca foi.
Então, caminho pela estrada fora e os passos que dou não são meus, são de outros, são as mentiras do tempo. Nessa estrada consigo cheirar as flores abundantes dos belos canteiros fileiros mas já sabemos que esses cheiros não são daquelas flores mas antes doutras, daquelas que nos contaram e que nunca nos sairão do subconsciente que nos mente todos os dias. As flores, afinal, eram de plástico...
Tenho a certeza de que o que nos contam, vale mais do que o que vemos e vivemos.
E a caminho do sal, minto, pois escrevo palavras já escritas e pensamentos já pensados, pensando que são novos, sabendo que não o são. Para onde vamos? Andamos sem andar? Falamos sem falar? Vivemos sem viver.
Se eu for, fui. Se ficar, fui na mesma.



sexta-feira, 5 de abril de 2013

O desejo de consumir

Olha que coisa mais linda, cheia de graça!....vou comprar! Olha que coisa mais fantástica, cheia de cor.... Vou precisar! Vou comprar! Olha que giro, o que é? Para que serve? Vou comprar, algum dia vai dar jeito! Vou comprar, vou ter, será meu, o meu sonho é ter tudo o que os outros querem e o que os meus olhos e a minha vontade inconsciente quer também. Aqui mesmo e ja! E é assim que a nossa vida funciona. Se formos ver bem, tirando os bens essenciais, pois claro, já temos tudo e só compramos por gula consumisista, por desejos incontrolaveis de ter mais uma pequena coisa. A verdade é que, o simples facto de comprar, funciona como um pseudo- anti depressivo, um dilatório de todos os problemas do dia-a-dia, um "cover-Up" das nossas frustrações quotidianas. O desejos é tão grande que não tem remédio, nem mesmo a crise, para regozijo das marcas, que exacerbam esse desejo do consumidor, precisamente à escala do incontrolavel. Não sou fanático e não considero que possamos culpar as marcas e muito menos as campanhas que nos põem na ponta dos pés, bem perto do céu, lá bem longe.... Parece-me mais um problema de educação. Hoje em dia a educação não deve ser passada da mesma forma que era no século passado. Parece-me, e como leigo, que cada um de nós tem um deficit de educação, não só de " obrigado e desculpe" mas claramente de psicologia económica. Coisa que deveria ser ensinada na escola desde a primeira classe, lado a lado com a aprendizagem do a e i o u. Gostaria de ver uma população portuguesa muito mais consciente, muito mais, menos crente e mais céptica em relação a verdades absolutas. A discussão, o questionar, o pôr em causa, de forma aberta e inteligente, sem que nenhuma das partes da conversa se sinta ameaçada, mas antes desafiada em demonstrar o seu ponto de vista e aceitar a diferença. Vejo muito pouco disso. Basta ver os debates na tv, raramente alguém é capaz de ouvir a outra até ao fim e ter a capacidade intelectual de aceitar um ponto de vista que é diferente, mas igualmente valido. Voltando ao consumo, olha que coisa mais linda! Não vou comprar. Seria o fim das marcas. Seria o fim da abundância da diversificação e principalmente da diversificação da abundância. A gestão dos nossos impulsos pode dar-nos muito a ganhar mas certamente muito a perder. A verdade da mentira tem verdade . a verdade da verdade tem verdade. A mentira da verdade tem verdade. A mentira da mentira é a verdade!!! Tudo tem verdade, vai daí, o consumo é a verdade da nossa menira ( não tenho dinheiro mas mesmo assim vou consumir), é a verdade da nossa verdade ( vou consumir porque tenho dinheiro e quero), é a mentir da nossa verdade ( não posso mas quero, vou viver das aparências) e finalmente mentira da nossa mentira ( quem prega que o consumo não é a melhor cura para qualquer crise, está a mentir duas vezes por não admitir o estimulo e não perceber que tudo em macro economia tem a ver com o consumo real não especulativo. Eu consumo, com isso estou a satisfazer-me, estou a satisfazer o trabalhador que me vendeu, o seu patrão que vende mais e pode comprar mais, e por outro lado, também consumir mais, satisfaço o nosso estado que se mutila com o aumento dos impostos e assim, não precisa de subi-los, mas antes mané-los a um nível perfeitamente viável e aceitável para que o ciclo se feche. Este consumo aumenta o emprego, aumenta a receita proveniente de impostos, contribui para o bem estar da população em geral e da economia em particular. Em jeito de conclusão, consumam!neste momento, não poupem!! A revolução económica em Portugal será feita pelo povo. Será o povo a mostrar ao governo como a coisas se fazem. Será uma bofetada de luva branca e o nascer da nova era da teoria económica. O povo é quem manda e é com o consumo e não com a poupança que o povo vai vingar a crise e derrubar a direita conservadora (já fora esquerda), que mais parece um cavalo de olhos vendados a passear turistas, a toda a hora, todos os meses, anos e décadas, sem mudar percurso. Este pensamento poderá ser minimalista, frágil por si só e redutor, não contesto, mas em conjunto com um governo fortemente interessado nas empresas, no crescimento económico, na exportação mas também no mercado interno, no interesse de investir agora para colher depois e que se faça entender a nível europeu, tudo é possível e a melhoria das condições de vida é imediata. A minha vida é agora! Por mais que eu queira que os meus filhos vivam bem, eu também quero viver bem, sem ter a sensação de estar constantemente a ser vilipendiado. Quero uma política agora para agora e também para mais tarde. Chega de estarmos constantemente em crise! Chega de políticos que entram e saem e nunca são responsabilizados pelo mal que fazem. Chegar de tribunais constantemente atrasados! Chega! Ja esperamos o suficiente! Este é o momento de exigirmos tudo a que temos direito! Não somos mais nem menos do que os alemães nem do que qualquer outro membro da ue. Se o governo corta nas pensões, nós temos que sair à rua, se o governo aumenta os impostos, temos de sair à rua, se o governo não baixa o imposto automóvel e o imposto sobre os combustíveis, temos de sair à rua! Estes são pontos vitais que nos dizem totalmente respeito. A reacção é obrigatória agora e não depois. É o nosso hoje e o nosso amanha.... Convençam-se que ninguém viverá para sempre, a vida acaba. Esta tem de ser vivida com o máximo de respeito e o máximo de qualidade. Ninguém tem o direito de nos retirar o sorriso.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

pensamentos soltos

E não, não é assim porque assim o decidiste. Nem tu nem eu nem ninguém tem o direito de criar pesadelos na cabeça dos outros.

O vento pode soprar com toda força que os pássaros continuarão a voar, o sol continuará a brilhar e a chuva eventualmente passará. Não reconheço nenhuma realidade absoluta na mentira, nem mesmo na verdade, mas na mentira absolutamente não.
Foi assim que te conheci e é assim que te quero recordar. Tudo é possível, não há nada que me mova mais do que o intelecto, a sabedoria, o saber ouvir e o saber falar, quando necessário, eu quero voar!

O vento sopra hoje mas amanhã pode não soprar, o mais provável é mesmo que não sopre, sendo que há momentos que temos de os saber aproveitar enquanto são verdade.
Porque hoje são verdade e amanhã serão mentira, mesmo que tenham acontecido.
O vento sou eu e a verdade também.

Hoje estou aqui, amanhã não. O vento és tu.
Hoje não estás, amanhã cá te espero enredada na mentira.

E mais uma vez encontro-me com a sensação no escuro fundo da rua,
com toda a força a pensar nele lá em cima, o que fará ele tão só?
sabendo coisas que não sei, brincado com os fios controlando não a vida dele mas a tua,
Enquanto tentamos perceber o porque mexemos o corpo descontroladamente sem dó.

Não te esqueças de sorrir quando estás contente
E sobretudo de chorar quando estás triste.
Porque na vida tudo passa, por mais próximo que esteja quem amas e perdes, a vida cura a morte e a morte cura a vida. È uma das coisas que não consigo explicar, para além da morte e da vida em si. Não percebo como na nossa existência tudo passa. Como passa? Não quero perdoar, não quero esquecer, mas como na vida tudo passa eu quero que passe, por favor passa. Mas porque demora tanto tempo? Na vida tudo passa.
A loucura é a fonte da vida, é ela que nos faz esquecer. A loucura, só pode ser ela a nossa cura.

Não me vejo a percorrer outro caminho senão o meu, aquele que eu percorro todos os dias e que hei-de percorrer todos os dias. Por favor acredita que o meu caminho de hoje foi o mesmo do que o que gatinhei quando tinha 1 ano. O meu destino está escrito nas paginas em branco do domador de marionetas. Esse bicho de 7 cabeças que se chama sol! Aí esse sol malvado! Esse bicho de 7 cabeças que se chama infinito! Aí esse infinito que nunca mais acaba! É este o sentimento de predilecção pelo bicho que me atira para o desterro.
Hoje fiz exactamente o que fiz ontem, e por isso não fui eu quem te abraçou ontem. Acreditas? Cabe-te na cabeça que não te abracei ontem? Como temos tempo para não estar juntos? Como não posso estar do teu lado a dormir hoje? Esta é a loucura que nos cura, a 3ª cabeça do bicho.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Desmemória Cotidiana

"Escrevo agora para que leia ao acordar. Para que, ao abrir os olhos, sinta exatamente o que sinto ao escrever. Escrevo agora para que saiba ao respirar, a cada passo que der, a cada falta de ar, que não há nada no mundo que me faça sentir menos; apenas mais. Escrevo agora porque sei que a hora de escrever é a hora qualquer, é a hora que meu desejo crescer, que a vontade vier. Escrevo agora para dizer que não sei mais escolher palavras, escolher gestos. As lágrimas de felicidade são mais do que lágrimas: são manifesto de algo que para a maioria dos mortais assemelha-se ao inconcebível, aproxima-se do improvável, do incrível. E já não sei dizer, não sei descrever. Sentir, que é a forma mais maravilhosa de ser, já ocupa todo o tempo que tenho. A saudade, presente em cada momento, seja, talvez, esse tal presente de Deus. As suas mãos nas minhas, minha respiração com a sua, teus olhos nos meus."
caiusmarcellus.blogspot.com

Antoine de Saint-Exupéry

"O Homem distingui-se dos homens. Nada se diz de essencial acerca da catedral se apenas falarmos das pedras. Nada se diz de essencial a respeito do Homem se procurarmos defini-lo pelas qualidades humanas". Antoine de Saint-Exupéry

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

...and what about this?

Lily is a Great Dane that has been blind since a bizarre medical condition required that she have both eyes removed. For the last 5 years, Maddison, another Great Dane, has been her sight. The two are, of course, inseparable.

Human Dogs

Just amazing!